Bola na Praia

Bola na Praia

Bate-bola na Cidade

Bate-bola na Cidade
Cidade de Goiás

Noite Alta na Cidade de Goiás

Noite Alta na Cidade de Goiás
Cidade de Goiás

Santa Maria da Vitória - BA

Santa Maria da Vitória - BA
Rio Corrente: Santa Maria da Vitória - BA

Silhuetas

O Povo e o Poder

O Povo e o Poder

São Luis - MA

São Luis - MA
São Luis - MA: Defensoria Pública?

Os Meninos e os Triângulos

Os Meninos e os Triângulos
Os Meninos e os Triângulos - Alcântara -MA

Sacramento - Uruguai

Sacramento - Uruguai
Sacramento - Uruguai

Sacramento - Uruguai

Sacramento - Uruguai
Sacramento - Uruguai

Sacramento - Uruguai

Sacramento - Uruguai
Sacramento - Uruguai

Buenos Aires

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Livraria de Buenos Aires

Buenos Aires

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Caminito - Buenos Aires

Porto Madero - Buenos Aires

Porto Madero - Buenos Aires
Porto Madero - Buenos Aires

Buenos Aires

Buenos Aires
Ruas de Buenos Aires

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

POLÍCIA PARA QUEM PRECISA!

O dia sete de dezembro de 2008 foi uma data diferente. Neste dia o estádio do Bezerrão - Gama/DF, completamente reformado com o dinheiro público, recebeu o decisivo jogo que consagrou o São Paulo como campeão da temporada. Eu desconfiei que se ficasse do lado de fora, além de economizar o dinheiro do caro ingresso, já que eu não tinha uma credencial, teria lances nervosos pra eu fotografar. De fato.
Assim que eu cheguei ao estádio, mal tive tempo para preparar o equipamento fotográfico. Encostou um ônibus com a torcida do Goiás e, literalmente, o pau quebrou. Vários torcedores nervosos desafiaram os policiais da PM, com paus e pedras na mão. A reação da PM foi vigorosa e a turba foi controlada rapidamente. Até ai tudo bem, não fosse a primeira surpresa desagradável que eu tive. Estava fotografando o desenrolar dos fatos, quando senti uma mão pesada baixar a minha máquina. Ato contínuo, o policial deu a ordem:
- Não fotografe nada!
- Senhor policial, eu estou trabalhando!
- Não interessa. Eu não quero vc aqui!
Como a ação já tinha acabado e eu tinha conseguido as minhas fotos, eu acatei a ordem arbritrária do PM e me retirei do local.
A tarde prometia mais. Alguns minutos depois aconteceu o fatídico incidente, envolvendo o sargento da PM e o torcedor do São Paulo, conforme foi noticiado nos meios de comunicação. Nesse momento eu estava retido em outra confusão e só cheguei a tempo de registrar a comoção e a revolta dos que presenciaram o fato, além de fotografar também o projétil da arma do militar que vitimou o rapaz.
Uns 20 minutos depois dessa fatalidade, eu fui alvo mais uma vez da truculência isolada de outro PM. Uns rapazes da torcida do Goiás estavam atacando um torcedor do time adversário. Eu, prontamente me coloquei a cumprir com o meu dever: comecei a fotografar. O rapaz conseguiu fugir de seus agressores e correu em direção a uns PMs que -diga-se de passagem - cumpriram com o dever deles, protegendo o agredido e prendendo um dos responsáveis. E eu lá, fotografando. Nisso, um dos policiais se aproximou de mim, pisou no meu pé e disse:
- Se você tiram mais uma foto, eu quebro a sua máquina!! Eu pensei comigo: o que há com esses caras, que não me deixam trabalhar!
- Policial, o senhor não pode me impedir de fotografar, estou protegido pela Liberdade de Imprensa e pela Constituição, que garante a minha liberdade individual!
-Dane-se !
- Senhor, então eu serei obrigado a denunciá-lo à Corregedoria - eu disse de cabeça baixa e humilhado.
- Dane-se! Ele disse de novo. Só depois que eu disse que não mais iria fotografar, ele tirou o seu coturno pesado de cima do meu pé.
Nesses episódios, podemos extrair algumas conclusões e uma reflexão:
A primeira: aqui em Brasília não é seguro para um jornalista trabalhar - pelo menos não perto da PM.
A segunda: ficou evidente o despreparo de alguns membros da Corporação, para lidar com distúrbios que frequentemente ocorrem em jogos importantes. Os acontecimentos do último domingo não apresentaram nada que já não ocorram rotineiramente entre as torcidas. Por duas vezes eu vi alguns PMs sacarem as suas pistolas para enfrentar brigas entre torcedores.
- A terceira: se esses poucos policiais -estou sendo justo, a maioria trabalhou de maneira exemplar - seguissem os ensinamentos que, por certo, eles receberam na academia, eles jamais usariam armas com poder letal nas situações que se apresentaram a eles. Existem outros recursos para isso: Cacetetes, gás lacrimogêneo, balas de borracha e afins. Armas com munição letal, só em casos extremos, quando a vida de terceiros ou a do próprio policial corre risco iminente. Essa situação não ocorreu em absoluto.
- A quarta: o jornalista - ao contrário do que eu ouvi de alguns PMs, para tentar justificar a truculência de alguns de seus pares, não está ali para vigiar e "ferrar" com o trabalho da Força Policial. O jornalista está ali para cobrir os acontecimentos e divulgá-los de maneira isenta. Sem nenhuma intenção dolosa. Com isso a sociedade, a qual os policiais fazem parte, sai ganhando.
Eu cumpri com a minha palavra e denunciei o mau policial, junto à Corregedoria.
Por Hudson Rodrigues dos Santos.

sábado, 6 de dezembro de 2008

DOLAR: UM DINHEIRO SEM FUNDOS

Em 1944, se reuniram em Bretton Woods -Estados Unidos, os líderes da nações aliadas envolvidas na Segunda Guerra Mundial. A finalidade era dar os contornos econômicos ao novo mundo que emergia das cinzas da guerra. Já era claro para todos o fato de os EUA serem a nação mais poderosa da Terra. Foi com esse status que os os americanos ditaram os rumos da Conferência de Bretton Woods.

Antes da Conferência, o dinheiro era lastreado pelo Padrão-Ouro, ou seja: para um Estado emitir moeda ele tinha de ter o equivalente em ouro, em suas reservas. Isso garantia ao portador o direito - em tese - de converter o dinheiro em seu poder por ouro. Em Bretton Woods, isso mudou. Os EUA impuseram ao mundo um novo padrão: o Ouro-Dolar. Com isso, o dolar se converteu em moeda de troca internacional e todas as nações signatárias desse acordo passaram a ter as suas moedas livremente conversíveis para o dolar. Desse modo, os EUA passaram a ser os guardiães e emissores da moeda internacional - uma tremenda vantagem.

A coisa funcionou bem, enquanto as reservas de ouro dos Estados Unidos também estavam bem e os bancos centrais europeus concordavam em depositar os seus dólares, no lugar de exigir a conversão para o ouro. O negócio degringolou quando o presidente francês, Charles de Gaulle, protestou e resolveu resgatar 300 milhões de dólares junto ao Tesouro americano. A situação americana se agravou mais ainda com a intensa queima de capital em razão da Guerra do Vietnã. A essa altura, os sucessivos resgates em ouro efetuados pelos europeus, fez baixar para a metade as reservas de ouro. Se nada fosse feito pelo Império, a economia americana simplesmente iria à bancarrota.

Como não havia mais ouro suficiente para cobrir as crescentes emissões de dólares, Richard Nixon, em 1971, decretou o fim da paridade ouro-dolar. Em outras palavras, o presidente americano falou que não mais honraria os dólares que circulavam mundo afora. Com isso, surgiu a figura do câmbio flutuante, ou o dinheiro sem fundos. O governo estadunidense passou a lastrear o dolar com a emissão de Títulos públicos. Trocando em miúdos, todos que têm dólares são detentores de um pedaço da divida pública americana.

O que vemos hoje, é uma crise estrutural no centro do capitalismo. Existe uma montanha de dólares emitida sem lastro. Se todos resolverem cobrar a dívida americana, vão descobrir que o dolar é um mico e o Estado americano não vai honrar o dinheiro que ele mandou emitir. É a mesma coisa de um cheque sem fundos. A questão do estouro da Bolha Imobiliária americana é apenas uma parte do problema. A verdadeira razão da crise começou em Bretton Woods.
Por Hudson Rodrigues dos Santos.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

UM OLHAR CRÍTICO SOBRE A FOTOGRAFIA

. Photo Graphien – escrever com a luz. A união dessas duas palavras representa, ao lado da palavra falada e da palavra escrita, uma grande revolução do gênero humano. A fotografia não é uma invenção de apenas uma pessoa, é o esforço de várias pessoas, nas áreas da química, da física e da ótica, em épocas e lugares diferentes.
Sempre foi o desejo de o homem reter aquilo que os olhos viam. Em busca desse objetivo, nossos antepassados faziam desenhos rupestres com cenas de caçadas e do cotidiano. Depois vieram as gravuras xilográficas, litográficas, em papiro e em telas de algodão ou linho. Conforme novas técnicas surgiam, o homem buscava novas maneiras de dar materialidade às cenas registradas em sua retina.
Todavia, a técnica da pintura, ou gravura, é uma representação sujeita a um filtro bastante denso: a limitação intrínseca à arte de reproduzir o que os olhos viam. O resultado expresso em um relato ou em uma pintura está impregnado de sentimentos, crenças e outras sensações pessoais. Este conjunto de sentimentos influencia fortemente o produto final e pode falsear a realidade.
Existe outra limitação presente nestes meios de comunicação primitivos: nunca uma pintura ou gravura, por mais acurada que seja a técnica empregada, poderá reproduzir de forma literal e com fidelidade de detalhes o que o olhar captou no instante decisivo: o instante fugaz que uma vez perdido não mais se repetirá. Esta capacidade de reter o instante só foi possível com a consolidação da tecnologia da fotografia.
O advento da fotografia criou condições para se registrar os detalhes antes restritos à retina dos observadores. A fotografia possibilitou o que chamamos de recorte da realidade – um pedaço da realidade captado pelo olhar do fotógrafo e a lente da câmera. Uma cena registrada em momento único.
Entretanto, deve-se considerar que o recorte da realidade é o produto resultante da perícia, da coragem, do olhar, do equipamento utilizado e do local onde o fotógrafo está. Tantas variáveis assim impõem diversos filtros ao ato de fotografar. Tomemos um exemplo hipotético: dois fotógrafos no mesmo local e diante da mesma cena. Ainda que os dois agentes disparassem as suas máquinas ao mesmo tempo, seriam dois recortes diferentes, sobretudo em razão do olhar de cada um. A famosa foto de Kevin Carter, tomada em 1993, no Sudão, ilustra bem este aspecto. A cena: uma menina prestes a morrer de inanição e um urubu está à espera da morte da criança. Outro fotógrafo que acompanhava Carter fez também uma foto da menina, sem enquadrar o urubu no plano da foto. Duas fotos feitas no mesmo local e horário. A simples inserção da ave, na fotografia de Kevin Carter, mudou completamente a mensagem da fotografia e correu o mundo. A segunda foto, quase ninguém tomou conhecimento.
Podemos acrescentar outros filtros: a seleção do fotógrafo, que decidiu por fotografar “A” no lugar de “B”. As fotografias, quando chegam às mãos do editor, são novamente selecionadas de acordo com a ideologia e linha editorial do veículo. Quando a fotografia alcança o receptor, através da capa da revista ou primeira página do jornal ou no miolo destes meios de comunicação, ela passou por diversos filtros que podem ter corrompido o que de fato aconteceu. Estes filtros estão sob a superfície da fotografia e exigem um olhar crítico do receptor.
Assim, a realidade retratada em uma fotografia pode não ser tão real – pode até mesmo ser um simulacro. A história está repleta de imagens que enganaram a todos, durante anos, até o dia em que foram desmascaradas.
Os enganos contidos nas fotografias podem ter um caráter estético – quando vemos uma pessoa de formas perfeitas na capa de uma revista: uma perfeição construída em um editor de imagens como o popular Photoshop, por exemplo. As curvas estonteantes são, em muitos casos, construídas em programas e induzem o receptor ao engano.
Outros enganos são inseridos nas imagens por conveniência do Estado, para manipular a opinião pública – estes simulacros são comuns em tempos de guerra, por exemplo. Tomemos o exemplo da famosa fotografia feita por Joe Rosenthal, durante a Segunda Guerra Mundial: os marines hasteando a bandeira americana na ilha de Iwojima, em 1945. Esta cena foi capa de revista, estampa de selo postal, monumento em praça pública e foi usada pelo governo americano para levantar fundos para o esforço de guerra. Na verdade, a fotografia foi encenada. Os soldados ensaiaram o hasteamento da bandeira diversas vezes, até ele ganhar uma aparência heróica. O Estado sabia disso, mas não se acanhou em tirar proveito da imagem encenada.
Da próxima vez em que contemplar uma fotografia ou uma pintura, lembre-se destes filtros e dos enganos que podem existir sob a superfície da imagem – perfeição demais e heroísmo demais podem ser suspeitos.
Por Hudson Rodrigues dos Santos.

domingo, 1 de junho de 2008

A NECESSIDADE É, DE FATO, A MÃE DAS INVENÇÕES.

A necessidade é a mãe das invenções, reza um adágio popular. Podemos aplicar essa máxima no caso do desenvolvimento da Leica. O engenheiro alemão Oskar Barnack trabalhava com instrumentos óticos de precisão. Em suas horas de folga se dedicava a sua paixão - a fotografia. Ocorre que as dimensões do equipamento por ele usado, mais o indefectível tripé, eram alvos de constantes reclamações por parte de Barnack. Diante desses incômodos, o engenheiro decidiu desenvolver uma máquina fotográfica que usasse um filme de tamanho menor - condição básica para uma máquina de pequenas proporções. A escolha recaiu sobre a película de cinema, em 35 mm. O protótipo ficou pronto em 1912 - a Ur-Leica. Era uma engenhoca dotada de um obturador com velocidade fixa de 1/40 segundos e usava uma lente de telescópio adaptada.




O protótipo da revolucionária Leica - a Ur-Leica.

Nessa ocasião, Oskar Barnack era empregado da conceituada empresa Leitz, fabricante de instrumentos óticos, a qual foi apresentado o protótipo. Nascia assim, da união do nome Leitz com o nome câmera, a certidão de nascimento da lenda: Leica. Nunca mais a forma de fotografar seria a mesma. Quase todas as gerações de máquinas fotográficas surgidas após a Leica, têm conceitos desta máquina.

Por Hudson Rodrigues dos Santos