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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Uma reflexão sobre a atual crise econômica

Os acontecimentos na Europa merecem muita atenção. O retrato acabado da realidade na Zona do Euro dá o tom da politica neoliberal e o que ela é capaz de fazer à economia e às pessoas. A Grécia, Itália, Irlanda, Islândia, Portugal e Espanha – para ficar apenas nestes exemplos, estão de joelhos ante os rentistas. As politicas do bem estar social, surgidas das cinzas da Segunda Guerra Mundial, têm os minutos contados.
O caso da Espanha é emblemático: o novo mandatário – Mariano Rajoy, já deu a pauta e tônica de sua agenda. São esperados cortes significativos no orçamento para 2012, algo parecido com 16 bilhões de euros. Com esse garrote, é de se esperar cortes nos programas sociais e a flexibilização das leis trabalhistas. O cenário para o povo espanhol é nebuloso.
Os eventos no continente europeu mostram a nova fase do capitalismo, que se volta com mais intensidade contra a força de trabalho, sufoca e precariza o Estado e a este dita toda a agenda econômica. Todo o sistema de proteção ao cidadão e o pleno emprego contidos na cartilha de Maynard Keynes e existentes no centro do sistema, deixarão de existir. A banca impõe aos governos que sufoquem suas economias para pagar os juros extorsivos contratados. O dinheiro que sumirá do bolso do cidadão, aparecerá nos cofres abarrotados dos bancos, que fingem estar em situação difícil.
Não é novidade para os mais atentos, o avanço insidioso do neoliberalismo sobre a economia mundial. O núcleo duro do capitalismo, os EUA, já vive esse processo – gestado após a crise de 1973 e implantado na gestão de Ronald Reagan, na década de 1980. A desregulamentação do setor financeiro fez a alegria dos executivos de Wall Street, produzindo fortunas da noite para o dia. Montanhas de dinheiro foram criadas no mundo do faz-de-conta, tudo isso com as bênçãos de Washington. Enquanto isso, o cidadão americano se viu roubado nos seus direitos, na mesma velocidade em que a Bolsa de Nova Iorque prosperava.
O neoliberalismo mostrou sua força no continente europeu sob o governo da Dama de Ferro – Margareth Thatcher, no Reino Unido. No caso inglês, se iniciou o processo de desmonte do Estado, com as privatizações e muito desemprego. O modelo britânico foi exportado mundo afora e desembarcou aqui pra valer no governo FHC, em 1994, quando se iniciou a entrega da telefonia, setor elétrico e a Vale do Rio Doce. Tudo privatizado na bacia das almas, a preços que de tão camaradas, caberia responsabilidade por crime de Lesa Pátria a Fernando Henrique e a toda a cúpula do PSDB.
A mídia, com a sua leniência e cumplicidade criminosas, vendeu à sociedade a ideia do “melhor para o Brasil é um Estado leve, que não se intromete com o mercado”. O resultado foi a farra dos gringos com os setores estratégicos da economia brasileira. Pior ainda: com o nosso dinheiro – leia-se BNDS. O príncipe dos sociólogos tem a gratidão eterna dos donos da Vale.
É fato notável que o modelo neoliberal expropriou as riquezas e soberania de todos os países por onde passou. O engodo do mercado livre e da não intervenção do governo no sistema econômico, dá os contornos da atual crise, que começou nos EUA e atingiu com grande virulência a Europa. Longe de ser um problema dos chamados países desenvolvidos, a crise é sistêmica e vai cobrar de todos o seu preço, na medida em que as nações periféricas serão esvaziadas pelo capital especulativo e volátil, em socorro à matriz.
A roleta de apostas que se tornou o mercado mundial, onde os especuladores produzem valores que só existem no mundo virtual, produziu uma singularidade bizarra – uma conta de 600 trilhões de dólares, muito superior a soma do PIB mundial. Em outras palavras, cada habitante do planeta já nasce com uma conta impagável. Como sair dessa sinuca de bico? Quem tiver a resposta, é forte candidato ao Nobel de Economia.
Por Hudson Capa.